Seja bem vindo!

Esse Blog é mais um meio para dialogarmos sobre leituras diversas.

31 agosto, 2011

Família, Conceitos e Poder


           

 * Por Jocélia Santos

   “A família se constitui em um grupo de origem ao satisfazer a necessidades básicas como alimentação, proteção, afeto e sexo”

É o que afirma Souza (1997), sobre a concepção de família, reafirmando conceitos que muitos têm sobre a mesma, onde família significasse apenas a garantia de necessidades básicas. Segundo SUTTER, 2007, “família é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem”. Para ROMANELLI “a família é a base para a formação dos sujeitos”, o que implica reconhecer que nela, ou a partir dela, um  importante processo educativo se inicia.

Mas de que famílias estamos falando?

A sociedade sempre teve por concepção a idéia de que a família deveria obedecer a padrões e modelos que se estruturassem na figura di pai, como chefe maior da casa, a mãe como a dona do lar e os filhos como súditos sempre dóceis e submissos. Não pretendo com essa fala corrigir pensamentos pré-moldados e conceitos já estabelecidos. O fato é que a família com o passar dos tempos também desencadeou transformações, onde paradigmas foram quebrados desmitificando a idéia de que toda e qualquer família é sinônimo de perfeição e culminância. É na contemporaneidade que os conceitos sobre família vão sendo revistos e com mais ênfase analisados.

Família e Poder

A concepção de violência simbólica foi criada pelo pensador francês Pierre Bourdieu para delinear o processo pelo qual uma determinada classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados. Vejamos, o princípio simbólico de uma determinada cultura é uma construção social e sua sustentação é fundamental para a progressão de uma determinada sociedade, através da interiorização da cultura por todos os membros da mesma. Ou seja, a violência simbólica pode ser desempenhada por diferentes instituições da sociedade: o Estado, os meios de comunicação, a escola, e neste caso é expressada pela família. 
Deste principio fica claro entender como a família na representação da violência simbólica, o dominado não se resiste ao seu opressor, uma vez que por ocasião das concepções já concebidas não se percebe vítima deste processo: ao contrário, o oprimido considera a situação natural e inevitável. Para tanto, não podemos perde de vista a importância que a família tem para seus componentes, (sejam eles qual for), como nos diz (BOCK, 1999): É na família, mediadora entre o indivíduo e a sociedade, que se pode perceber o mundo e situar-se nele, apropriar-se dos seus significados e internalizá-los.
Para compreendermos melhor esse processo podemos também fazer uso do que nos diz Sarti (1999), onde “a família” exerce o papel de filtro pela qual o individuo começa a ver o mundo, ou seja, está ligada desde o nascimento através de palavras e comportamentos, são laços de parentesco que são expressas por ligações que se tem com o outro.
Neste sentido, podemos aqui entender uma das primeiras violências simbólicas sofridas pelos sujeitos: a obrigatoriedade de enxergar, compreender e operar o universo ao seu redor, Bourdieu denominou de “habitus”, e ainda discorre que é na família onde as influências mútuas são realizadas de maneira intensa, que ocorrem as primeiras violências simbólicas e ocorrem as primeiras imposições de valores, normas, opiniões, percepções e representações do mundo social (BOURDIEU, 2008). Vejamos, o princípio simbólico de uma determinada cultura é uma construção social e sua sustentação é fundamental para a progressão de uma determinada sociedade, através da interiorização da cultura por todos os membros da mesma. Ou seja, a violência simbólica pode ser desempenhada por diferentes instituições da sociedade: o Estado, os meios de comunicação, a escola, e neste caso é expressada pela família. 
Não podemos esquecer que mesmo conflitante, com intensas transformações através do mundo, a família ainda é hoje considerada um “lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e dos demais membros, independentemente do arranjo familiar”. É preciso acordar para a aceitação de uma vida mais justa e digna, onde os participantes possam dialogar com igualdade e prudência, para uma visão mais ética e critica perante a sociedade que se esteja inserido.

Referências:

ROMANELLI, G. Escola e família de classes populares: notas para discussão. www.asseec.org.br; 2008.
SUTTER, G. Refletindo sobre a relação Família-Escola. www.webartigos.com; 2007.
Trilha do Aprendente Escola Família e Sociedade. AULA 2: FAMÍLIA: CONCEITOS, FUNÇÕES E VIOLÊNCIA SIMBÓLICA Volume 08.
IMAGEM: http://amomuito.com/blog/category/coisas-fofas/


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.