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28 agosto, 2011

Escolas como panópticos

“É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções [...] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado.” (Horn)
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Vimos que o modelo panóptico usado para “viajar e punir”, tinha também entre outras funções disciplinar e controlar os sujeitos ali participantes. Criado em 1785, esse sistema lembra os moldes passados que a escola mantinha em seus métodos tradicionalistas em fazer educação. Hoje, a arquitetura de Jeremy Bentham perdeu formas e contornos, mas não deixou meramente de existir. Os espaços físicos de muitas escolas tem se vestido dessa vigilância para controlar cada vez mais seus alunos em espaços cada vez mais restritos e disciplinadores. As raízes da observação, controle regras e normas ainda estão ramificados no sistema e na gestão escolar, sobre forte influencia de uma escola de qualidade. Alunos educados, e escola silenciosa não classificam os elementos da aprendizagem.
Por outro lado, a escola tem se transformado muitas vezes em locais de guerra, vandalismo e pichações, ou seja, o espaço físico da escola deve está condizente com a realidade dos alunos de uma determinada comunidade. Vejo que a cada dia tenta-se criar espaços democráticos e autônomos, porem só será possível quando nos dermos conta de que através do diálogo, do respeito mútuo, da ética e inclusão poderemos vivenciar um espaço cada vez mais harmonioso e mais participativo.
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HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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