Seja bem vindo!

Esse Blog é mais um meio para dialogarmos sobre leituras diversas.

29 agosto, 2011

Cibercultura e avaliação



A expressão "[...]na cibercultura a nota pode deixar de existir" é do texto  Avaliar na Cibercultura, de Andrea Cecilia Ramal
  * Por Jocélia Santos
A viagem ciberimaginária feita por Ramal, nos leva a aceitarmos e a entendermos como será a educação daqui a 61 anos, mas precisamente por volta do ano 2069.
A antiga sala de aula é num ambiente de estudo e pesquisa;
O professor é o dinamizador da inteligência coletiva do grupo e a Escola é o que poderemos chamar de os Centros de Cultura e Saberes Humano.
Para tanto quando o assunto é avaliação, os aprendizes ficam cada vez mais admirados.
Como determinar "níveis de ensino"?Como catalogar "fases de conhecimento"? O que seriam "etapas" escolares? Em que nó da rede curricular eles se baseavam para fundamentar isso?
A surpresa maior se dá quando descobrem que essas avaliações ou "provas" eram aplicadas a todos os estudantes do grupo. A mesma prova? - espantam-se todos.
Para tanto, uma posição questionadora é quando a autora afirma que a cena transcorrida em 2069 é o único dado fictício, pois essa mudança na escola realmente ocorrerá. Pois somos nós que determinamos o tempo frente as mais diversas formas de da abertura de visão das instâncias governamentais de supervisão escolar, e das políticas públicas de investimento numa reforma educativa; as quais não iram resistir por muito tempo à chegada da cibercultura, que trás consigo um riquíssimo e inovador conhecimento, numa nova forma de ver e conceber a educação.
Se imaginar-mos, no entanto, a abolição das canetas e corretivos, vamos nos deparar com um mundo tecnológico que digitaliza todo o esboço de idéias que poderíamos ter. Para tanto a leitura e escrita ganharam uma tecnologia intelectual que potencializa nossas capacidades, além de economizar tempo e garantir a qualidade visual.
Na escola das próximas décadas, seremos responsáveis por formar alunos que possam aperfeiçoar os próprios processos de construção do conhecimento, Educar será, portanto, desenvolver processos abrangentes, segundo critérios como consistência, previsibilidade, motivação, envolvimento, desempenho, capacidade de articular conhecimentos, de comunicar-se e estabelecer relações. Isso ajudará a preparar o cidadão da era do ciberespaço: como a matéria-prima da produção será a informação, e os conteúdos da formação inicial se tornarão rapidamente obsoletos, ele deverá ser um profissional capaz de aprender sempre; um ser consciente e crítico, que dialogue com as diferentes culturas e os diversos saberes, que saiba trabalhar de forma cooperativa e que seja flexível empreendedor e criativo para administrar sua carreira e sua vida pessoal, social e política. As tecnologias intelectuais do nosso momento histórico relativizam a importância da memória, ao menos enquanto capacidade confinada ao cérebro humano. Não é preciso armazenar saberes: suportes digitais externos podem fazer isso por nós, para que nosso intelecto fique disponível para funções mais importantes e decisivas.
         Para tanto, a tecnologia e sua moderníssima arma a favor de uma educação cibernética, ciberética e por que não dizer ciberidenpendente, passará a tratar a aviação de modo diferenciado. Entretanto, o termo avaliação causa para a maioria dos alunos uma conotação um tanto negativa, frustrante e pavorosa. O uso talvez daquelas folhas em branco em dias de prova demonstraram o subsídio de linhas que teriam que preencher com respostas miraculosas sem erro de vírgula, numa corrida desacelerada contra a campainha da escola.
Avaliar na cibercultura talvez não seja um processo do hoje, mas não há como pensarmos no processo avaliativo olhando pra trás. O avanço contínuo da era digital impulsionará novos métodos não só avaliativos como educacionais, o que vai possibilitar um espaço de interação mais conhecedor e mais inovador desse mundo digitalizado.
Quando Ramal afirma que “na cibercultura a nota pode deixar de existir”. Ela engloba todo pensamento e toda a perspectiva tecnológica na quebra de todo e qualquer paradigma que pode ser encontrado em nossas escolas. Ou seja, o aluno é “julgado” num processo mais quantitativo quanto qualificativo, submetido à injustiça e contradição fora de sua realidade.
Endossando a questão de avaliar na cibercultura, podemos perceber que a autora nos leva a um patamar reflexivo principalmente quando afirma que “A forma de superá-lo é envolver os estudantes na própria educação”. Isto é, uma educação não só nova, mas transformadora, e renovada na qual o aluno perceba que ele é o principal interessado fazer render seu estudo e em verificar como pode aprimorar as estratégias de construção do saber.
Para tanto, levar professores e mestres a pensarem desta forma será, portanto, um processo gradativo regado a muita informação e informatização tecnológica que hoje se insere em nosso meio.
As transformações renovadoras que se espera não garantem a priori a ordem dos problemas que se colocam na cibercultura e para os quais ela ainda não apresenta perspectivas de solução, tais como o tema das desigualdades e da exclusão, a negociação entre os poderes, as nossas relações com as ideologias, o trabalho, as forças políticas e econômicas. Estamos às margens desse mundo que ainda é desconhecido para alguns, mas no ramo educacional a tecnologia já disseminou uma semente ampla que trás os diversos meios e recursos para encontrarmos o melhor processo continuo avaliativo, aquele que não castiga que não maltrata, mas que busca o valor integral do aluno no âmbito de nossa Escola.

RAMAL, Andrea Cecilia. "Avaliar na cibercultura" . Porto Alegre: Revista Pátio, Ed. Artmed, fevereiro 2000.
http://www.pedroarrupe.com.br/upload/avaliar.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.