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22 setembro, 2011

* Cordel Encantado *


Desde que a rede globo exibiu o primeiro capítulo da novelas das  das 6hs, “Cordel Encantado” (que iniciou no dia 11 de abril)  tenho " quando posso" acompanhado essa mistura excepcional de culturas que liga o interior do nordeste aos moldes Europeus unindo o mais alto padrão da linguagem culta ao modelo coloquial e “matuto”, um repertório de popularidade e versatilidade que serve de pretexto para unir dois mundos numa dualidade de cenas que conta a história fictícia de um Reino chamado Seráfia e uma cidadezinha do Interior de Nordestino, presume-se que seja no interior de Recife, pois nas falas os personagens dizem: " - Vou à Capital Recife”!
Entre Reis, Duques, Duquesa, Marqueses, há também o fator Coronelismo muito visto na época exercido pelo por alguém que detinha o poder local.
Diante de tantos apetrechos, a novela trás consigo a figura do cangaço que tanto foi difundido aqui no Nordeste nos meados do século XIX.
O cangaço tem suas origens em questões sociais e fundiárias caracterizando-se por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados: assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão brasileiro, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo.
Porem, Duca Rachid e Thelma Guedes as escritoras da trama, busca na figura do Rei do Canganço um homem mais justiceiro, vivido pelo ator Domingos Montagner.
As ilustrações dessa estória, trás uma musicalidade também bem peculiar voltada para a nossa região, como é o caso de:


"Maracatu atômico", de Chico Science & Nação Zumbi
"Chão de giz", de Zé Ramalho
"Na primeira manhã", de Alceu Valença
"Carcará", de Otto
"Rei José", de Silvério Pessoa
"Xamêgo", de Luiz Gonzaga

Sendo assim, Cordel Encantado nasce de um investimento pesado da TV Globo. Foi a primeira novela do Brasil gravada com imagens em 24 quadros, o que lembra muito filmes e séries norte americanas. Sem contar na história que por si só já chama atenção pelo capricho das cenas, figurino, caracterização dos atores, além de um roteiro bastante seguro e com personagens bem construídos.
Uma das cenas que não podem ser esquecidas é o diálogo entre Herculano e Belarmino (Bel), onde na ocasião Herculano diz que Bel chegou no acampamento ainda menina depois que um Coronel matou toda sua família na Paraíba.
Amanhã essa trama tão nossa, exibirá seu ultimo capítulo demarcando uma sucessiva premiação no IBOP, a final de contas o Nordeste é mesmo um pedaço encantador desse nosso trigueiro Brasil.

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